terça-feira, 23 de setembro de 2008

Descoberta de nova hormona: lipoquina.

Cientistas identificaram uma substância no organismo humano que pode levar a outras formas de combater a diabetes e alguns tipos de doenças relacionadas com a obesidade. Chamado lipoquinas, o novo tipo de hormona identificado pelos cientistas faz parte de uma classe de hormonas produzidas pela gordura corporal. Quando em equilíbrio, previne a acumulação de gordura no fígado e melhora a capacidade do organismo controlar a glicose. A descoberta feita por cientistas da Harvard School of Public Health e liderada por Gokhan Hotamisligil está na publicação Cell deste mês e mostra um estudo feito com ratos. Uma das funções das hormonas é actuar como mensageiros químicos do corpo, levando informações para células e órgãos. Estas informações são fundamentais para vários processos, entre eles o crescimento, o equilíbrio do metabolismo e o humor. As hormonas já conhecidas pelos médicos dividem-se em dois grupos - as derivadas de esteróides ou de proteínas. Segundo Hotamisligil, este é o primeiro exemplo de um grupo de hormonas derivado da gordura. Por enquanto, pesquisadores devem chamar a nova substância de lipoquinas (lipokines, em inglês). Se as lipoquinas funcionarem em humanos como funcionaram nos testes com ratos, acredita Hotamisligil, a descoberta da cura para a diabetes, assim como a de outras doenças hepáticas, está próxima. “Temos evidências de que estas hormonas são produzidas apenas pelas células de gordura” - afirma Hotamisligil. Uma das funções das lipoquinas é transmitir informações para o fígado que evitem que o órgão acumule gordura excessiva. A hormona também optimiza o uso de glicose pela musculatura. Equilibrando a acção das lipoquinas em diabéticos, estes pacientes não teriam mais dificuldade em controlar a glicose. Além disso, a acumulação de gordura no fígado ficaria mais difícil.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Conversão de céluas vivas em células produtoras de insulina

Investigadores norte-americanos conseguiram converter células vivas normais em células capazes de produzir insulina, descoberta que pode ajudar a combater a diabetes, segundo um estudo publicado na revista "Nature". Para este efeito, os investigadores utilizaram três genes de um vírus comum para transformar células exócrinas, que cobrem cerca de 95 por cento do pâncreas, em células beta, em menor número e cuja função é produzir insulina. As células beta são as primeiras a serem destruídas nos diabéticos de Tipo 1 ou diabetes juvenil. Na diabetes Tipo 1, o sistema imunitário, através de um processo auto-imune, destrói as células beta do pâncreas que, assim, deixam de produzir insulina. Com esta técnica, os investigadores conseguiram modificar células vivas, sem necessidade de utilizar células-mãe as quais, até à data, têm sido indispensáveis na técnica de regeneração de tecidos. O responsável pelo estudo, Douglas Melton, referiu que esta descoberta "abre as portas" para a manipulação de outro tipo de células humanas, como as do fígado ou da pele. A grande dificuldade da investigação foi identificar os genes que fazem as células beta produzir insulina, já que, ainda que cada célula contenha o código genético completo, apenas certos genes trabalham para a produção de insulina. Dos mais de mil genes estudados, os investigadores acabaram por concluir que apenas necessitavam de três: Ngn3, Pdx1 e AFP, os quais introduziram no organismo através de um vírus de resfriado para que chegasse ao suco gástrico, no qual se encontram as células exócrinas. Uma vez dentro do organismo, os investigadores descobriram que cerca de 20 por cento das células exócrinas se convertiam em células beta capazes de produzir insulina, reduzindo o nível de açúcar no sangue. A equipa acredita que este método possa ser mais eficaz nos diabéticos de Tipo 2, cujo organismo não é mesmo capaz de produzir insulina. No caso da diabetes Tipo 1 ainda é necesario descobrir a forma de evitar que o organismo "ataque" as células beta, já que qualquer célula transformada é destruída pelo sistema imunitário. Para consultar mais notícias sobre este tema, clique aqui.

Retinopatia: pressões distólica e sistólica

Um estudo realizado por investigadores australianos revela que as pressões sistólica e diastólica podem prever a retinopatia precoce em adolescentes com diabetes tipo 1.
O trabalho vem publicado na revista British Medical Journal (BMJ). O estudo, realizado no Children’s Hospital at Westmead, na University of Sydney e na University of New South Wales, avaliou 1.869 adolescentes diabéticos, com uma média etária de 13,4 anos e média de 4,9 anos de duração da doença.
Ao longo do acompanhamento, 673 desenvolveram retinopatia (36%) em 4,1 anos.
No grupo sem retinopatia, foi verificado que maiores níveis de pressão arterial sistólica e diastólica antecederam o aparecimento de retinopatia.
No subgrupo de pacientes com taxa de eliminação de albumina abaixo de 7,5 µg/min, o risco de aparecimento de retinopatia em 10 anos de duração da diabetes foi maior nos que manifestaram maiores níveis de pressão arterial sistólica ou diastólica.
Em conclusão, o estudo refere que a pressão arterial sistólica e diastólica são bons indicadores para o aparecimento de retinopatia e aumentam a probabilidade de retinopatia precoce, independentemente da presença de nefropatia incipiente, em pacientes jovens com diabetes tipo 1.

Chá de camomila e diabetes

Investigadores japoneses e britâncos alimentaram ratos diabéticos com extracto de camomila. Os resultados foram animadores mas ainda não se sabe quais os efeitos de uma dose diária de chá nos humanos que sofrem de diabetes do tipo 2.
O chá de camomila não trata a doença mas poderá ajudar a prevenir as complicações que por vezes surgem na sequência de diabetes do tipo 2 como, por exemplo, a perda de visão ou os danos causados nos rins.
A conclusão, que deve ser lida com cautela, foi obtida na sequência de um estudo com ratos alimentados a extracto de camomila.
Numa notícia publicada na BBC online, a equipa de cientistas relata que a dose de chá terá reduzido os níveis de açúcar e bloqueado a actividade da enzima associada às complicações das diabetes. Porém, é cedo para extrapolar os resultados da pesquisa para os humanos.
Os investigadores da Universidade de Toyama alimentaram os ratos doentes durante 21 dias e compararam os resultados com um grupo de controlo de animais diabéticos com uma dieta normal.
Os registos mostram que os níveis de glicose no sangue eram significativamente mais baixos nos ratos alimentados com o extracto que aparentemente inibiu a produção de açúcar no fígado.
A associação britânica da diabetes reagiu com algum cepticismo. “É preciso mais investigação antes de avançar para conclusões sobre o papel do chá de camomila no combate às diabetes e suas complicações”, referiu Victoria King à BBC online adiantando que a associação não vai, para já, recomendar aos doentes que aumentem o consumo de camomila. Em vez disso, Victoria King insiste em recomendar aos diabéticos uma dieta saudável, actividade física regular e cumprir a terapêutica prescrita pelo médico.
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Tratamento intensido da diabetes: vantagens

Os pacientes com diabetes que recebem tratamento intensivo com fármacos, logo após o diagnóstico, são mais saudáveis quando envelhecem, mesmo se forem menos rigorosos com o controlo do açúcar no sangue mais tarde, segundo investigadores britânicos. Isto significa que pode ser importante a prescrição de fármacos para a diabetes inicialmente, mesmo para pacientes recentemente diagnosticados com diabetes tipo 2, em vez de tentar que estes sigam primeiro uma dieta e exercício físico. De acordo com o investigador principal, Rury Holman, da Universidade de Oxford, agora sabe-se que um bom controlo da glicose, desde que a diabetes tipo 2 é diagnosticada, não só reduz a taxa de complicações diabéticas, mas também que esta intervenção precoce leva a benefícios sustentados a longo prazo. Os novos resultados do estudo de grande escala, em progresso desde 1998, publicados na "New England Journal of Medicine", demonstraram que os efeitos protectores de um melhor controlo da glicose inicialmente permaneceram após 10 anos para o olho diabético e doença renal. Os pacientes que receberam fármacos genéricos da classe das sulfonilureias, para baixar o açúcar no sangue para níveis desejáveis, apresentaram uma redução de 15 por cento do risco de ataques cardíacos e tiveram menos 13 por cento de probabilidade de morrer, em comparação com os voluntários que controlaram a diabetes maioritariamente com uma dieta rigorosa. O impacto foi maior nos pacientes a tomar metformina, que tiveram uma redução de 33 por cento do risco de ataques cardíacos e tiveram menos 27 por cento de probabilidade de morrer do que aqueles no grupo da dieta. Os investigadores também descobriram que baixar a pressão sanguínea é importante para minimizar as complicações da diabetes, mas ao contrário do açúcar no sangue, os benefícios não aumentam com o tempo.
Na diabetes tipo 2, o organismo perde gradualmente a capacidade de utilizar convenientemente a insulina para converter os alimentos em energia. Os níveis de açúcar disparam, o que pode danificar os olhos e rins, e provocar doença cardíaca, acidente vascular cerebral e amputações de membros. Estima-se que a doença afecte 246 milhões de adultos a nível mundial, sendo responsável por 6 por cento de todas as mortes globais. A diabetes tipo 2 corresponde a cerca de 90 por cento de todos os casos de diabetes e está intimamente ligada à obesidade e inactividade física. Uma dieta muito rigorosa e exercício físico vigoroso, regular e sustentado pode reverter a diabetes tipo 2, mas isto pode ser difícil para muitas pessoas.